Anjo das tormentas
Do meu amigo Mauro, deixo aqui um poema, publicado na revista Cult, número 85, entre outros.
Anjo das tormentas
“eu sei atravessar as fronteiras das coisas” (Cesariny)
os pescadores fecham
a saída e a entrada
da aldeia
encurralam o anjo
mas ele invoca os ventos
os pescadores são muitos
mas não acuam o anjo agora
não por restarem poucos
mas por ninguém ousar
aproximar-se do mistério de sua fúria
o anjo era o terror de cada um
- um terror incógnito -
como uma voz sem corpo
deslocada
que chama
ao lado contrário do ser
Mauro Jorge Santos
Anjo das tormentas
“eu sei atravessar as fronteiras das coisas” (Cesariny)
os pescadores fecham
a saída e a entrada
da aldeia
encurralam o anjo
mas ele invoca os ventos
os pescadores são muitos
mas não acuam o anjo agora
não por restarem poucos
mas por ninguém ousar
aproximar-se do mistério de sua fúria
o anjo era o terror de cada um
- um terror incógnito -
como uma voz sem corpo
deslocada
que chama
ao lado contrário do ser
Mauro Jorge Santos
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