quarta-feira, setembro 28, 2005

beautiful

népias de lérias

"(...)Só começamos a viver realmente no final da filosofia, sobre suas ruínas, quando compreendemos sua terrível nulidade, e que era inútil recorrer a ela, incapaz de qualquer auxílio."

E. M.Cioran, Breviário de Decomposição, Rocco, pg 55.

comentário

Fiquei contente ao ler palavras tão simpáticas em relação a minha pessoa, e, por outro lado, fiquei triste ao saber que uma foto minha circula em alguns blogues, sem a referência da pessoa que a fotografou.

domingo, setembro 25, 2005

discos pedidos ao contrário

Para Zazie , "guero canelo". Bem tentei encontrar Clint Eastwood, a tocar banjo, num cenário henryfordiano, mas nada feito, fica outra sonoridade...

Para Carla de Elsinore, o som ...

NYPL Digital Gallery


(c)Berenice Abbott.
em:Changing New York / Berenice Abbott.

allintitle:

sábado, setembro 24, 2005

solos

Assírio com sábado especial

Fiquei a saber hoje na biblioteca que a partir de hoje, e todos os sábados (não sei até quando), há promoções especiais na livraria Assírio & Alvim, do Porto. Hoje é o dia dos livros de arte e fotografia, por metade do preço.

43rd New York Film Festival


Últimas palavras de "A Trip to the Louvre", de Jean-Marie Straub e Daniele Huillet:
“Let’s burn the Louvre if we’re afraid of beauty.”
(Para Cris agendar).

hoje

Brinquedo novo


Decorar sem mexer uma palha.

já não me lembrava como era divertido


fazer doudices com o "Sound Forge".Um dos meus efeitos favoritos:colocar eco,onde se pede silêncio.

sexta-feira, setembro 23, 2005


(c) Dieter Appelt , Der Fleck auf dem Spiegel, den der Atemhauch schafft, 1977.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Somerset House

opiniões e pergunta

Fiquei curiosa e com vontade de ler as "Opiniões Fortes". E fiquei sem saber por onde começar, já que são tantas a considerar.

segunda-feira, setembro 19, 2005


Bruce Nauman, None Sing–Neon Sign, 1970.

momento "diário"

[...]Enfim!...Ontem não sonhei. Faltam três semanas. Cinquenta por cento da população mundial nunca fez uma chamada telefónica. As estações são como transbordos. Não chegariam 30 blogues para dizer o quanto admiro os meus pais. Não tenho saudades de deus, tenho saudades da natureza. Até os iogurtes são pró-activos. Às tantas, Thoreau, em "Walden", diz : "Por que teríamos de viver com tanta pressa, esbanjando a vida?". Melhor se cozinha, ao som de Emiliana Torrini. Recebo sms(s) com o patrocínio dos tapetes agustina. Faltam três semanas. Tanto pixel pelos olhos adentro, e nada. O tempo para a câmara de ir do fundo da sala às janelas e ao mar é o tempo da narrativa. Os planos vazios de Antonioni, e a partida de ténis, em "Blow-up", quatro páginas. É cada vez mais complicado ver fotografia sem cair na sedução dos cruzamentos. Quero ver “The Constant Gardener”. “Riso” quer dizer "arroz", em italiano. Faltam três semanas.Esc. [...]

domingo, setembro 18, 2005

Autumn in New York

Vernon duke

It’s time to end my holiday and bid the country a hasty farewell.
So on this gray and melancholy day, I’ll move to a manhattan hotel.
I’ll dispose of my rose-colored chattels and prepare for my share of adventures and battles,
Here on the twenty-seventh floor looking down on the city I hate and adore!
Autumn in new york, why does it seem so inviting?
Autumn in new york, it spells the thrill of first-nighting.
Glittering crowds and shimmering clouds in canyons of steel; they’re making me feel I’m home.
It’s autumn in new york that brings the promise of new love. autumn in new
York is often mingled with pain.
Dreamers with empty hands may sigh for exotic lands;
It’s autumn in new york;
It’s good to live again.

Billie Holiday

sábado, setembro 17, 2005

LibraryThing

Para os que gostam de catalogar livros, a primeira entrada é aqui.

Amina



Directamente da minha pasta de sons, a primeira música do álbum Animamina, de Amina, um quarteto de cordas proveniente da Islândia, conhecido por ter sido o quarteto de cordas do álbum dos Sigur Ros,(). Sublime.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Anamnese

A arte portuguesa contemporânea tem um novo espaço na Internet. Espero ver o mega-arquivo, em manutenção, num curto espaço de tempo.

Canto LXXXI

Do programa de Ezra Pound, em Voices & Visions, o clip com o Canto LXXXI.

The River-Merchant's Wife: A Letter

While my hair was still cut straight across my forehead
I played about the front gate, pulling flowers
You came by on bamboo stilts, playing horse,
You walked about my seat, playing with blue plums
And we went on living in the village of Chokan:
Two small people, without dislike or suspicion.

At fourteen I married My Lord you.
I never laughed, being bashful.
Lowering my head, I looked at the wall.
Called to, a thousand times, I never looked back.

At fifteen I stopped scowling,
I desired my dust to be mingled with yours
Forever and forever, and forever.
Why should I climb the look out?

At sixteen you departed,
You went into far Ku-to-Yen, by the river of swirling eddies,
And you have been gone five months.
The monkeys make sorrowful noise overhead.

You dragged your feet when you went out.
By the gate now, the moss is grown, the different mosses,
Too deep to clear them away!
The leaves fall early this autumn, in wind.
The paired butterflies are already yellow with August
Over the grass in the West garden,
They hurt me.
I grow older,
If you are coming down through the narrows of the river Kiang,
Please let me know beforehand,
And I will come out to meet you,
As far as Cho-fu-Sa.

By Rihaku.

Ezra Pound

As traduções do poema.

quinta-feira, setembro 15, 2005

UbuWeb is back !!!

quarta-feira, setembro 14, 2005

A Cock And Bull Story



Quando é que chegará, às salas de cinema, o filme "Tristram Shandy: A Cock and Bull Story"? É um dos filmes em destaque no Festival de Cinema de Toronto.

amanhã a águia voa ao sol


De "My Darling Clementine".

Os céus de John Ford voltam ao cinema Passos Manuel, começando com "The Wings of Eagles" e passando por "My Darling Clementine".

Don'ts for Imagists

Pay no attention to the criticisms of men who have
never themselves written a notable work.

Use no superfluous word and no adjective which does not
reveal something.

Go in fear of abstractions. Don't retail in mediocre verse
what has already been done in good prose.

Don't imagine that the art of poetry is any simpler than
the art of music or that you can please the expert before you
have spent at least as much effort on the art of verse as
the average piano teacher spends on the art of music.

Be influenced by as many great artists as you can, but
have the decency either to acknowledge the debt outright or
try to conceal it.

Consider the definiteness of Dante's presentation as
compared with Milton's. Read as much of Wordsworth as
does not seem to be unutterably dull.

If you want the gist of the matter go to Sappho, Catullus,
Villon when he is in the vein, Gautier when he is not too
frigid, or if yon have not the tongues seek out the
leisurely Chaucer.

Good prose will do you no harm. There is good discipline to
be had by trying to write it. Translation is also good
training.


Em:
Ezra Pound: His Metric and Poetry, de T. S. Eliot.(Free eBook)

Começo


Pound fotografado por Alvin Langdon Coburn.

Pergunta: Como começou a ser poeta?
Pound: Meu avô, de um lado, costumava se corresponder em verso com o presidente do banco local. Minha avó e seus irmãos, do outro, costumavam usar versos em sua correspondência. Então era dado como certo que todos escrevessem assim.

Em: Os escritores: as históricas entrevistas da Paris Review, Editora Companhia das Letras, 1988, pág. 75.

Ezra Pound talks about

7 min 10 - A recording of Ezra Pound's talk called The Four Steps outlining his antipathy towards all forms of bureacracy .

segunda-feira, setembro 12, 2005

Symbolic Mutation


Jerry Uelsmann, Symbolic Mutation,1961.

Vortografia



"The musical conception of form, that is to say the understanding that you can use form as a musician uses sound, that you can select motives of form from the forms before you, that you can recombine and recolour them and 'organise' them into a new form - that conception, this state of mental activity, brings with it a great joy and refreshment. I do not wish to convert anyone. I simply say that a certain sort of pleasure is available to anyone who wants it. "

Ezra Pound, Vorticism, (1915) .

I punti luminosi

"-Minha cultura não é de especialização profunda. É feita de frammenti. De pontos luminosos. Creio que aquele que se especializa deixa de ver os contornos. I punti luminosi...".

Ezra Pound - Poesia (tradução Augusto e Haroldo de Campos, Décio Pignatari, J. L. Grünewald e Mário Faustino), Entrevista de EP a Haroldo de Campos, Rapallo, 1959, Editora da Universidade de Brasília, 1983, pág 246.

momento "diário"

[...]A minha alma está inteiramente parva. Recebi um e-mail "bomba", de deixar os dedos colados ao teclado, sem saber com que letra começar. Estranho dia. Melhor se cozinha, ao som do Chico Buarque. No meu prato de sopa, há sempre uma imagem que traduziria um poema confunciano. Não me lembro do meu primeiro de aulas, lembro que havia sempre girassóis, no dia da árvore, na escola das pedras e ficava encantada com tantos sóis. É tudo uma questão de lógica, já não é argumento para um so duku diabólico pendurado há cinco dias, mas vou insistir. Aquele homem velhinho, de barbas brancas longas,que vi no parque, ao fim do dia, parecia um homem simples de uma história simples, só que aquele olhar segue outra linha. Faltam quatro semanas. Tenho milhares meios de regressar a casa e um modo de abrir a porta. Os planos-sequências de Welles, Renoir e Hitchcock, quatro páginas. Nietzsche lá dizia, em "Gaia Ciência", "rio-me de todo o mestre que não se ri de si próprio". Ontem sonhei que trabalhava na Amazon.com e, que vivia sem destino de chegar (havia muito deserto). Faltam quatro semanas.Esc.[...]

domingo, setembro 11, 2005

dove sta memora


"Ele foi para a poesia deste século o que Einstein foi para a física".
E.E.Cummings

O mestre, o inventor, Ezra Pound será o convidado de excelência nesta semana.

sábado, setembro 10, 2005

Canto 45, com usura

"A usura é um câncer no azul".
(Canto 45)

Ezra Pound - Poesia (tradução Augusto e Haroldo de Campos, Décio Pignatari, J. L. Grünewald e Mário Faustino), Editora da Universidade de Brasília, 1983, pág 192.

momento "diário"

[...]O primeiro pensamento do pré-pensamento:qual será o último pensamento do dia? Sábado matino ritual é no Parque da Cidade. Corro depressa, corro devagar, corro, querendo perder o lugar e conquistando outro.Corro muito. Antes de correr,testar o passo num túnel de vento.Melhor se lava a roupa, ao som dos St. Germain. O sonho do paraíso, de Sam Shepard, que volta para a prateleira da biblioteca. Já sei onde fica o km 0 na cidade, em que os autocarros têm, a partir de hoje, os números mais compridos.Ó COUSAS, TODAS VÃS, TODAS MUDAVES. Faltam cinco semanas. Choves no molhado, a olhos vistos. Usura, usura, mais usura, não entendo. O fora do campo de Renoir, uma página. Segundo Herberto Helder, o mar é uma propriedade misteriosa do espírito. Ontem sonhei que trabalhava numa e-frutaria e liam-se muitos versos, às cores, nos banners. Correr é um verso livre.Faltam cinco semanas. Esc.[...]

Por fim



"My trade and art is to live." +

Michel Eyquem de Montaigne

Les Essais - themontaigneproject

Essays - project gutenberg

sexta-feira, setembro 09, 2005

momento "diário"

[...]Depois das árvores e dos problemas.Às tantas, numa curva mais apressada, lá perco a vírgula e já não sei onde pára o enquadramento obsessivo de Antonioni. Salto para os céus de Ford. Para acompanhar o crepúsculo, os versos de "paixão e cinzas". Melhor se lava a louça, ao som dos Rolling Stones. Recebo recomendações de livros pela Jane Austen. 23 news-letters e muito por saber. "O que hão-de as pessoas fazer quando já têm tudo?", Edward Bond, pergunta na peça "Nada # 2". Não faz sentido. Faltam cinco semanas. Como vai a saúde da anarquia? Ai Austrália, tão perto e tão longe.Os problemas de "Bits & Bytes" continuam a ter três ou quatro páginas e o meu problema por resolver. Ontem sonhei que trabalhava numa e-lavandaria em Sidney (lembro-me bem, havia muito deserto)e lia Herman Melville numa esplanada. Faltam cinco semanas. Esc.[...]

quinta-feira, setembro 08, 2005

chave


(protegida por mim). chave. setembro 2005.

momento "diário"

[...]E não vi a implosão das torres, de Tróia. Se não estiver muito enganada quanto ao prédio, lá se foi o edifício, onde vi um dos amanhaceres mais bonitos, bem registado na memória. Bem, podia ser a "fotografia" de uma canção. Faltam cinco semanas. Fazer um post sobre a minha maquilhagem diária (ou não) é um post 100% pessoal? Entre museus e confeitarias, que quadro estará entre os rostos dos que caminham sem mochila? Por que será que o próximo ciclo francês volta aos filmes que foram vistos na mesma sala? Fiquei a saber, pelo Diário Económico, de hoje, que estava previsto, em papel, um restaurante submerso, onde se poderia ver peixinhos (o cardápio seria carne?), e carros movidos a electricidade,na velha Tróia. Faltam cinco semanas. Melhor quando se lava a louça, ao som de Herbie Hancock. Não sei se Agassi ganhou ou não. Quando é que chegará o novo filme de David Cronenberg e o novo de Michael Haneke? Sonhei ontem que trabalhava num navio de mil estrelas, e que esperava ansiosamente pela chegada ao porto, para ver o outono.Faltam cinco semanas. Esc.[...]

Dos coches

Perguntais-me de onde vem o costume de se abençoar os que espirram? Produzimos três espécies de ventos: o que sai por baixo é sujo de mais; o que sai pela boca traz consigo uma certa denúncia de gula; o terceiro é o espirro, e, porque vem da cabeça e é inocente, acolhemo-lo tão dignamente. É melhor não fazerdes pouco desta resposta subtil: ela é, diz-se de Aristóteles.

Montaigne,"Dos coches",Ensaios (Antologia), pág 125, Relógio d'Água.

vício que não passa

quarta-feira, setembro 07, 2005

the moviegoer

"In 1968, in a long piece on Godard in Partisan Review, Sontag wrote that the director’s “approach to established rules of film technique like the unobtrusive cut, consistency of point of view, and clear story line is comparable to Schoenberg’s repudiation of the tonal language prevailing in music around 1910.” Film, then, was the last great wave of high modernism. Or at least a certain kind of film, in which form became experimental and philosophically resonant: the movies of Resnais but not Buñuel, Bresson but not Dreyer, Godard but not Truffaut, Bergman’s “Persona” but not Bergman’s “Smiles of a Summer Night.” In such works, film amounted to nothing less than the making of new forms and the making of souls."

terça-feira, setembro 06, 2005

Da inconstância das nossas acções

O nosso procedimento habitual é seguir as inclinações do nosso desejo, para a esquerda, para a direita, para cima e para baixo, para onde quer que nos empurrem os ventos das circunstâncias. Não pensamos no que queremos senão no instante em que o queremos, e mudamos como o animal que adquire a cor do local onde o pousam. O que agora mesmo acabámos de projectar, em breve o viremos a alterar, e, pouco mais tarde, voltaremos sobre os nossos passos: tudo não é senão oscilação e inconstância,

["Somos manobrados como títeres por músculos alheios" - Horácio, Satirae, II, vii,82]

Não andamos, somos arrastados como coisas flutuantes, ora suave ora violentamente conforme o mar está calmo ou encapelado:

["Não vemos que cada homem não sabe o que quer e procura sempre mudar de lugar como se pudesse livrar da sua carga?"- Lucrécio, De rerum natura, III, 1057-1059]

Montaigne,"Da inconstância das nossas acções",Ensaios (Antologia), pág 153, Relógio d'Água.

Outro Azul



"Astronauts lost in space, the secret Roswell object re-examined, an alien who tells us all about his home planet - the Wild Blue Yonder - where the atmosphere is composed of liquid helium and the sky frozen, is all part of my science-fiction fantasy." Werner Herzog

Azul



Em preço de promoção na Fnac, The Big Blue. Vale bem a pena mergulhar com Luc Besson.

su doku

Depois de ter não conseguido fazer um su doku diabólico, chego a conclusão que quem não quer lógica, só pode falhar nestas palavras cruzadas de números.Mas vou insistir.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Das vãs subtilezas

Montaigne é o convidado especial d' Errância nesta primeira semana de Setembro. E assim sendo, deixo mais um início de tantos ensaios do escritor francês.

"Há subtilezas frívolas por meio das quais, algumas vezes,os homens procuram alcançar reputação: é o caso dos poetas que fazem inteiras obras começando cada verso por uma letra."

Montaigne,"Das vãs subtilezas",Ensaios (Antologia), pág 153, Relógio d'Água.

A ideia de Europa

Outra boa notícia: a partir da gradivanewsletter, tomo conhecimento que a partir de 20 Setembro estará já disponível o mais recente livro de George Steiner, "A ideia de Europa".

«A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde Kierkegaard passava nos seus passeios concentrados, aos balcões de Palermo […] Desenhe-se o mapa das cafetarias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da ‘ideia de Europa’.»

o TM de David Lynch


Blue Velvet

Enquanto não chega "Inland Empire", fico a saber que David Lynch é adepto do TM, ou seja, "transcendental meditation", há 32 anos. “I see TM this way. If you have a golf- ball-sized consciousness, you will look at everything that way. TM expands your consciousness, so your experiences grow exponentially. As a film-maker, I tell stories and, with expanded consciousness, you catch bigger, deeper ideas. I have found that, with TM, intuition grows, too, and when you’re working in film or even in business, intuition is a huge tool that makes it easier to deal with people. The other thing for me is that TM has increased my enjoyment of ‘doing’.” O cineasta conta tudo aqui.

passagem

Não nos devemos apegar assim tão fortemente às nossas tendências e temperamento. O nosso talento principal é sabermos aplicar-nos a práticas diversas. O estar vinculado, e necessariamente obrigado, a um único estilo de vida não é viver, é ser. As almas mais belas são as que têm mais variedade e flexibilidade.

Montaigne,"De três espécies de convivência",Ensaios (Antologia), pág 209, Relógio d'Água.

domingo, setembro 04, 2005

domingo


(protegida por mim).domingo.agosto 2005.

cats



"Having a bunch of cats around is good. If you're feeling bad, you just look at the cats, you'll feel better. They're saviors. The more cats you have, the longer you live. Someday this will be discovered, and people will have a thousand cats and live forever. It's truly ridiculous."
Charles Bukowski

Le Temps Du Loup

sábado, setembro 03, 2005

Blues too big for a song

But I have pondered and not understood
earth that endures spoiled cities
in preference to white deserts and stars

Loren Eiseley, The Lost Notebooks .

sábia companhia



"Sobretudo é, em meu parecer, fazer de parvo o fazer entendido entre os que o não são, o falar sempre de modo tenso, o favellar in punta di forchetta ["falar com a ponta do garfo", isto é, falar com afectação]. Deveis colocar ao nível daqueles com quem estais, e, por vezes, fingir ignorância. Ponde de lado a força e a subtileza: na prática corrente, basta manter uma boa ordem. Quanto ao mais, podeis espojar-vos por terra, se assim os outros quiserem.
Os doutos frequentemente tropeçam neste escolho: estão sempre a exibir o seu saber magistral e disseminam por todo o lado o contéudo dos livros. (...)
[É este estilo com que exprimem o medo, a ira, as alegrias, os cuidados e os segredos da alma. Que mais não? Até na cama falam doutamente!" - Juvenal, VI, 189-191]."

Montaigne,"De três espécies de convivência",Ensaios (Antologia), pág 213, Relógio d'Água.

Boa notícia: a nova companhia de Montaigne.

a nostalgia da inocência

rosinha dos limões

Depois não ter dito nada sobre o "meu" verão, posso dizer que houve dias em que fotografei. Houve um domingo, em que estive numa zona piscatória, que foi um autêntico regalo para os meus olhos. Aqui fica a "rosinha dos limões".


(protegida por mim). rosinha dos limões. agosto 2005.

ovos estrelados

ovos mal passados:
"chego onde pergunto - por que estou aqui?"*.i can't follow man from reno*.todas as manhãs do mundo são sem regresso*.o cão que sonha*. "Interrompo no mapa / o precipício?"*. aquela alfazema que cheirava tão bem ao pé da ponte*. sob a lua cheia,the weeping song*. o dia acordara com tantas cruzes no céu*. a sede entre limites*.os ensaios de Montaigne, sábios, geniais, inteligentes, a serem deliciados numa esplanada, chamo isto de luxo*. "solo 23" até à exaustão. "este caderno azul vazio foi-se tornando maior. tão grande, grande e vazio...como aquele mar azul e céu vazios"*.ousar a alma é o teu maior erro*. sentei-me num bar inglês de uma cidade marítima*.errei muito*. o fim do verão sou eu aqui*.deixa-me flutuar*.

ovos bem passados:
* de coração: verso de um poema inserido na "Noção de Poema", Nuno Júdice.
* faixa número 2, the train leaves at eight, the walkabouts.
* título de fotografia, Manuel Alvarez Bravo.
* os versos mais bonito, a meu ver, da "génese do amor", ana luísa amaral.
* frase dita ao fundo da música de Jordi Savall. sublime.
* lembrança de verão inserida na minha base de dados, de cheiros.
* uma das canções da noite de Nick Cave, em Paredes de Coura. Lindo!
* título de fotografia captada numa manhã.
* título de livro de poemas, Ulla Hahn.
* quem mais li no verão.
* penúltima faixa dos solos,Joachim Kühn.
* dito, por Elizabeth Taylor, em Suddenly, Last Summer.
* frase deixada num guardanapo. escrito à azul.
* podia ser uma frase de um romance.
* verdade.
* pensamento verdadeiro.
* desejo.

Errância

Não sabemos. Mas escrevemos ainda
assim. Regressamos a essa solidão
com que esperamos merecer, imagine-se
a companhia de outra solidão. Escrevemos,
regressamos. Não há outro caminho.

Rui Pires Cabral, "Não há outro caminho", Longe da Aldeia, 2005.